Associação Empresarial do Minho alerta para clima de abrandamento da economia
A Associação Empresarial do Minho (AEMinho), com sede em Braga, veio alertar para o clima de «alguma» incerteza que se vive no plano económico e defender a necessidade de «estabilidade política» para que não se comprometa nem a previsão de crescimento prevista para 2024, nem se dificulte a vida das empresas, que já se debatem com sinais de arrefecimento da economia.
«O segundo trimestre de 2024 revelou sinais de abrandamento da economia, não obstante o facto de se manterem as previsões iniciais de crescimento para este ano. Apesar desses sinais, há um aumento do índice de confiança dos consumidores e um decréscimo do indicador de clima económico, o que nos remete para um clima de alguma incerteza e expetativa sobre aquilo que será a conjuntura nos próximos tempos», sinaliza a AEMinho.
A entidade que congrega os patrões do Minho reforça «o apelo de estabilidade política no país, de responsabilidade dos agentes políticos, para que os índices de confiança dos investidores possam subir significativamente».
Citando um relatório da consultora PWC relativo ao primeiro semestre do ano, a associação presidida por Ramiro Brito alerta «para a constatação do decréscimo dos valores da indústria transformadora, com especial ênfase nos setores têxtil e do calçado, que se batem com problemas significativos e cujo impacto pode ter consequências sociais e económicas relevantes».
Notando que esse setor industrial tem uma «forte» presença na economia do Minho, a AEMinho destaca que os problemas com o setor se debate «podem ser resolvidas com recurso à diplomacia económica». Motivo por que «o governo deve priorizar acordos comerciais com a eliminação de direitos aduaneiros e a redução da burocracia, fatores que são muitas vezes entraves à exportação». «Não obstante parte destes temas serem de natureza europeia, cabe a cada governo exercer a sua pressão para que se verifiquem a resolução dos mesmos», acentua a AEMinho, vincando que enquanto associação «multissectorial, com a sua atividade assente no princípio da cooperação, iremos promover reuniões com associações sectórias do têxtil e do calçado, no sentido de entendermos de que forma podemos ajudar, acrescentar, na inversão desta tendência».
Embora notando que
o setor do turismo «apresenta a já esperada curva
ascendente, fortemente
impulsionada pela época do ano em que nos encontramos, contribuindo
para os resultados económicos do país, de forma
significativa», a entidade que reúne as empresas minhotas vinca que
o indicador da atividade
turística, «apesar de ser
positivo para o setor, não
pode ser visto como um
motivo de relaxamento,
na medida em que o turismo não deve ser visto
como o fator estrutural
da economia».
«Não se trata de lhe retirar valor, mas antes de
ver em perspetiva o seu
contributo», enfatiza a
AEMinho, alegando que
«Portugal tem de apostar
numa economia com setores de atividade diversificados, que fomentem a
criação de valor estrutural, que garantam sustentabilidade e durabilidade
no crescimento socioeconómico do país».
13/08/2024