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Comunicado: AEMinho considera invasão russa à Ucrânia “ilegal, imoral e humanamente inqualificável”

A Associação Empresarial do Minho apela à cessação das relações comerciais com a Rússia e cria programas de apoio aos cidadãos ucranianos.

Braga, 28 de fevereiro do 2022: A Associação Empresarial do Minho, na sequência da invasão Russa aos territórios da soberana nação da Ucrânia, assistindo com enorme preocupação a todos os acontecimentos dos últimos dias, vem manifestar o seguinte:

1. A invasão ilegal, imoral, humanamente inqualificável de uma nação, com recurso à força é frontal e fortemente repudiada por esta associação, pelos seus dirigentes e pelos seus membros.

2. Este é o tempo de todos assumirmos o que queremos para a humanidade, que caminhos queremos seguir e que valores queremos preservar. Não há lugar no século XXI para quem não respeita a integridade das fronteiras, para quem não preserva e se bate pelos valores da paz e da defesa de valores elementares como o direito à vida. Não há lugar na comunidade internacional, como não deve haver lugar em Portugal. Não podemos tolerar e apoiar quem não repudia de forma concreta este tipo de ações.

3. A comunidade empresarial tem um papel estrutural na vida das sociedades civis e políticas e, por isso mesmo, este é o tempo de também usarmos a nossa força para, na medida do pouco que podemos fazer, fazermos o tudo que está ao nosso alcance. Uma nação unida, concertada e assertiva de vários poderá fazer a diferença do sucesso da ação do todo.

4. Nesse sentido, somos a apelar de forma clara a todos os nossos associados e à comunidade empresarial em geral que tenha relações comerciais com a Rússia enquanto país, com as suas instituições ou com agente económicos russos, que cesse de forma imediata essas relações de forma a exercer pressão sobre o governo de Moscovo para que pare imediatamente este ataque vil e infundado. É imperativo isolarmos economicamente a sociedade empresarial russa para que isso seja um catalisador de desenvolvimento de ações que nos levem à paz.

5. Iremos implementar, com efeitos imediatos, duas ações concretas que consideramos ser o contributo possível para ajudarmos a Ucrânia e os seus cidadãos. 

a. Iremos lançar uma plataforma de oferta de oportunidades de emprego em associados da AEMinho, mas que está acessível à comunidade empresarial em geral. Nesta plataforma, os empresários poderão colocar de forma simples e rápida as suas ofertas de emprego a remetermos para as entidades diplomáticas ucranianas para a receção, emprego, fixação e integração de refugiados que queiram vir para o nosso país e para a nossa região trabalhar e fixar as suas famílias. Iremos desenvolver este programa em articulação total com as entidades diplomáticas ucranianas, com as empresas da região e com as entidades públicas locais de forma a garantirmos um processo célere, estruturando e eficiente. 

b. Iremos lançar uma campanha de angariação de fundos para apoio à Ucrânia, em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa, de forma a angariarmos os recursos em maior quantidade possível e através do nosso parceiro os fazer chegar rapidamente à Ucrânia para fazer face a todas as necessidades que possam surgir.

Por fim, queremos deixar claro que esta não é uma ação contra os cidadãos russos ou a sua sociedade civil, mas sim contra a minoria que governa aquele país e que está a tentar destruir a ordem mundial que alcançamos. Este também é o tempo dos russos, enquanto cidadãos e civilização, se reorganizarem internamente, escolherem o caminho da paz e da cooperação, da unidade na diversidade e do respeito pelos valores que tantas vidas custaram à humanidade. A sociedade russa pode derrubar este poder desprovido de humanismo, de verdade e de valores. Está nas suas mãos enquanto sociedade trilhar esse caminho, sendo certo que o mundo civilizado e pacífico estará do lado desta sociedade para que possam dar à Rússia o caminho da esperança.

28/02/2022