
Comunicado: AEMinho exige responsabilidade política após chumbo do Orçamento de Estado para 2022
Braga, 27 de outubro de 2021: Perante os recentes acontecimentos ocorridos na Assembleia da República, que culminaram com a não aprovação do Orçamento de Estado para 2022 e as consequências já anunciadas pelo Exmo. Sr. Presidente da República, a AEMINHO vem pelo presente meio dizer:
1. O sistema democrático de base parlamentar dispõe de uma série de ferramentas que permitem dar uma resposta eficiente a situações desta natureza. Seria impensável vivermos num sistema de base parlamentar, no qual o exercício do direito de voto na Assembleia da República em qualquer um dos sentidos possíveis fosse, em si mesmo, sinónimo de crise ou qualquer outra inversão da vida democrática. Nesse sentido entendemos o acontecimento de hoje como mais um episódio comum na vida da nossa democracia, acontecimento esse que desencadeará uma série de ações devidamente previstas no quadro legal e constitucional português, que vê aqui uma oportunidade de demonstrar a sua eficiência de funcionamento, sem pôr em causa o normal funcionamento do país e das instituições.
2.Para que este quadro previsto na nossa legislação seja de facto eficiente, ele tem de ser transversal, eclético e estar apto a dar respostas reais à conjuntura económica em que nos encontramos.
3.Para isso contamos com o sentido de responsabilidade quer dos órgãos do Estado, quer dos diversos atores da cena política portuguesa para que, na prossecução daquilo que será o caminho a percorrer até alcançarmos uma nova conjuntura política estável e apurada, não seja posto em causa os mecanismos, projetos, financiamentos e programas a decorrer e que são estruturais para as empresas portuguesas e, consequentemente, para 80% dos cidadãos, que corresponde ao número de ativos empregados no setor privado.
4.Este é o momento em que os agentes políticos têm a obrigação de demonstrarem a razão de ser da sua existência, ou seja, encontrar formas e soluções que viabilizem o país, que não estanquem o desenvolvimento económico de forma a não porem em causa as empresas e os empregos, bem como todos os serviços, nomeadamente saúde, assistência social, educação e segurança. Os empresários existem para criarem emprego, criarem riqueza e dela contribuírem, no quadro fiscal atual, com mais de metade da mesma para o Estado. Por sua vez, os agentes políticos existem para atuarem na cena política, ocupando cargos e funções fundamentais para o correto funcionamento do Estado, visando sempre o bem-estar de todos os portugueses. Estamos certos de que os empresários do Minho, assim como os demais empresários portugueses, saberão como sempre souberam estar à altura das suas responsabilidades. Esperamos exatamente o mesmo dos nossos agentes políticos.
5.Lembramos que estamos a entrar numa fase fundamental do PRR e restantes programas europeus, e que a vida política portuguesa não pode nunca pôr em causa estes programas tão estruturais para a nossa economia. Não podemos acrescentar às debilidades identificadas no processo de materialização dos mesmos uma irresponsabilidade política que prejudique a sua execução.
6.Contamos com a maturidade da nossa democracia para ser capaz de dar resposta a um episódio que cremos ser normal na vida pública, sinónimo de que a democracia funciona e como tal está sujeita a aprovações e não aprovações. A economia tem de estar acima dos episódios políticos que venhamos a viver sob pena de esvaziar a razão de ser do próprio sistema político.
27/10/2021
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