Comunicado: AEMinho juntou empresários e autarcas para debater Plano de Recuperação e Resiliência
Braga, 26 de outubro de 2021: A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) organizou na passada sexta-feira, juntamente com a PwC, um jantar-debate com o objetivo de esclarecer as empresas sobre os propósitos e aplicações do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, o Professor António Costa Silva, foi o convidado de honra num painel de debate que juntou o Presidente da Associação Empresarial do Minho, Ricardo Costa, o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, o Global Incentives Solutions Partner da PwC, Pedro Deus, e o jornalista Camilo Lourenço.
As preocupações das empresas com o montante de fundos disponibilizados, a imensa burocracia associada ao processo e a ausência de uma componente de reforço dos capitais próprios das empresas foram alguns dos assuntos trazidos à conversa. “Se o programa vier a ser integralmente implementado, existe a possibilidade de se esgotar o valor total sem atender a todas as manifestações de interesse”, ouviu-se. A impossibilidade de as empresas fazerem qualquer planeamento da utilização dos fundos disponibilizados pelo PRR e a falta de financiamento para colmatar o problema habitacional, transversal a todo o país, foram também algumas das preocupações mencionadas neste encontro, evidenciando que algumas linhas do PRR estão claramente subdimensionadas, o que pode traduzir-se em ajudas de valor insignificativas para empresas (sobretudo PME’s e microempresas).
Tornando evidente que o plano português sairá claramente a perder quando comparado com o de outros países, nomeadamente Grécia e Espanha, este jantar-debate revelou também a existência de um grande distanciamento entre o plano inicial traçado pelo Professor António Costa Silva e o programa final da responsabilidade do Governo. Os participantes afirmaram que os sinais mostram que o Governo teve muita pressa na aprovação do programa, presumivelmente numa tentativa de aplicar rapidamente os fundos, até para colmatar o investimento público não realizado de 2016 a 2021 e garantir uma estratégia de promoção na lógica de “fomos os primeiros”.
O Presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, aproveitou também o momento para comentar (e reprovar) o facto de as autarquias não terem sido ouvidas neste processo.
Mais uma vez, a AEMinho mostrou-se preocupada com o futuro das empresas minhotas num plano pós-pandemia, reiterando a importância de assegurar que os apoios disponíveis são devidamente aplicados para garantir a estabilidade económica da região, bem como realçar a expectativa de que os processos melhorem e se tornem mais eficientes. A AEMinho estará sempre disponível para encontrar pontos de convergência que se reflitam numa maior eficiência na utilização de recursos que possam contribuir para o desenvolvimento empresarial da região, sendo que para isso terão de ser os atores políticos, na qualidade de detentores do poder de disposição destes recursos, a promoverem essas mesmas convergências. É fundamental integrar o tecido empresarial e os seus atores nos processos de tomada de decisão.
26/10/2021