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Comunicado: AEMinho preocupada com a subida dos custos de energia e dos preços dos combustíveis

Braga, 17 de março de 2022: É com enorme preocupação que a AEMinho assiste ao aumento exponencial dos preços da energia e dos combustíveis. Temos assistido, desde junho de 2021 até ao dia de hoje, a um aumento de 400% do preço do Kwh, que passou de 0,065€/kwh em junho de 2021 para 0,25€/Kwh em fevereiro de 2022. Este aumento representa uma ameaça gravíssima ao tecido empresarial português e põe em causa não só a sustentabilidade de muitos negócios e empresas, como também a estabilidade de preços e a consequente perda de competitividade das empresas portuguesas.

Se adicionarmos a isto a oscilação imprevisível dos preços dos combustíveis, percebemos que o cerco energético ao sistema produtivo nacional é grave, preocupante, com consequências imprevisíveis e cuja dimensão poderá ter enorme impacto económico e social.

Este é o tempo de termos ações concretas e estruturadas ao nível governamental que não passem por mera maquilhagem político-económica. As empresas não precisam de linhas de crédito para compensar estes aumentos, o endividamento também não gera por si só riqueza ou valor acrescentado e não é um elemento que seja fundamental no processo de posicionamento nos mercados em termos de competitividade. E se já não é per si, também não o é quando a linha de apoio criada oferece condições que se conseguem no mercado financeiro sem a intervenção do Estado. 

O país precisa de uma reforma fiscal séria e ponderada. As empresas não pedem a diminuição dos impostos sobre os lucros, pedem uma diminuição dos impostos sobre os fatores produtivos, os recursos necessários para que o sistema produtivo funcione e seja eficiente. Pedem também um alívio da carga fiscal sobre o recurso mais valioso que temos: os nossos recursos humanos. Os impostos sobre o trabalho em Portugal tornam a tarefa de elevar o nível de remunerações hercúlea. As empresas gastam imenso para que os trabalhadores recebam pouco, por vezes menos de metade do valor que de facto custam.

Os empresários percebem o papel social e a responsabilidade estrutural do seu contributo para o desenvolvimento económico e social do país e, por isso, mesmo as suas exigências visam o aumento da competitividade, os alívios fiscais visam desde logo os fatores produtivos e o trabalho, ou seja, o alívio fiscal sobre os rendimentos dos seus colaboradores.

Esta ideia de engrossar a máquina do Estado que não gera riqueza à custa do aumento de impostos e do aproveitamento fiscal das vicissitudes da conjuntura internacional que vivemos é não só errada do ponto de vista estratégico, como também cria uma entropia no desenvolvimento das empresas, cujos custos e consequências serão muito relevantes e com influência direta da vida de todos os portugueses.

Nesse sentido, a AEMinho irá solicitar ao novo governo, assim que o mesmo seja nomeado e empossado, uma reunião de trabalho na qual pretendemos não só demonstrar o nosso descontentamento e evidenciar a gravidade da situação, como também sugerir alternativas para que aqui se encontre um caminho e uma resposta às necessidades e preocupações dos empresários.

17/03/2022