Correio do Minho: "AEMinho preocupada com subida dos custos de energia e preço dos combustíveis"
Associação Empresarial apela ao Governo para que crie a avance com medidas de apoio que verdadeiramente ajudem os empresários a responder e até suportar estes constantes aumentos.
A Associação Empresarial do Minho afirmou-se ontem, através de comunicado enviado às redacções, extremamente preocupada enquanto assiste ao aumento exponencial dos preços da energia e dos combustíveis.
“Temos assistido, desde Junho de 2021 até ao dia de hoje, a um aumento de 400% do preço do Kwh, que passou de 0,065€/ kwh em Junho de 2021 para 0,25€/Kwh em Fevereiro de 2022. Este aumento representa uma ameaça gravíssima ao tecido empresarial português e põe em causa não só a sustentabilidade de muitos negócios e empresas, como também a estabilidade de preços e a consequente perda de competitividade das empresas portuguesas”, refere comunicado enviado pela direcção da associação minhota às redacções.
“Se adicionarmos a isto a oscilação imprevisível dos preços dos combustíveis, percebemos que o cerco energético ao sistema produtivo nacional é grave, preocupante, com consequências imprevisíveis e cuja dimensão poderá ter enorme impacto económico e social”, continuam os dirigentes, para logo apelarem à tomada de acções por parte do Governo - “Este é o tempo de termos acções concretas e estruturadas ao nível governamental que não passem por mera maquilhagem político-económica. As empresas não precisam de linhas de crédito para compensar estes aumentos, o endividamento também não gera por si só riqueza ou valor acrescentado e não é um elemento que seja fundamental no processo de posicionamento nos mercados em termos de competitividade. E se já não é per si, também não o é quando a linha de apoio criada oferece condições que se conseguem no mercado financeiro sem a intervenção do Estado”.
Para a direcção da Associação Empresarial do Minho, neste momento, o que o país precisa é de uma “reforma fiscal séria e ponderada”. As empresas não pedem a diminuição dos impostos sobre os lucros, pedem uma diminuição dos impostos sobre os factores produtivos, os recursos necessários para que o sistema produtivo funcione e seja eficiente. Pedem também um alívio da carga fiscal sobre o recurso mais valioso que existe: os recursos humanos.
“Os impostos sobre o trabalho em Portugal tornam a tarefa de elevar o nível de remunerações hercúlea. As empresas gastam imenso para que os trabalhadores recebam pouco, por vezes menos de metade do valor que de facto custam”, revela o comunicado produzido pela associação empresarial minhota.
“Esta ideia de engrossar a máquina do Estado que não gera riqueza à custa do aumento de impostos e do aproveitamento fis- cal das vicissitudes da conjuntura internacional que vivemos é não só errada do ponto de vista estratégico, como também cria uma entropia no desenvolvimento das empresas, cujos custos e consequências serão muito relevantes e com influência directa da vida de todos os portugueses”, afirmam ainda os responsáveis da associação.
18/03/2022