Correio do Minho: "Associação Empresarial do Minho defende área metropolitana"
Comemoração do primeiro aniversário da Associação Empresarial do Minho assinalada com a defesa da regionalização. Empresários querem uma área metropolitana do Minho.
O presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho) defendeu ontem a criação da Área Metropolitana do Minho, considerando que a força de uma região que é “uma dos maiores motores do desenvolvimento do país” se deve “materializar” na sua “organização administrativa". Na cerimónia comemorativa do primeiro aniversário da AEMinho, Ricardo Costa afirmou que “regionalizar é o caminho para agregar e fortalecer”, pelo que a associação irá “promover e fomentar uma área metropolitana do Minho”.
Antes da cerimónia, durante a visita a uma empresa do concelho, no âmbito da 5.ª Semana da Economia, o presidente da AEMinho alegou que a região, pelo que representa em termos de criação de emprego e de exportações, deve estar “em pé de igualdade com as áreas metropolitanas do Porto e Lisboa”, observando que a existência das comunidades intermunicipais (CIM) do Alto Minho, Cávado e Ave cria “divisões administrativas” que prejudicam o desenvolvimento. Ricardo Costa especificou que a separação dos municípios que integram o Quadrilátero Urbano em duas CIM dificulta a concretização de projectos essenciais como o de uma rede de metro de superfície que ligue Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos.
Na celebração do primeiro ano de actividade da AEMinho, o empresário Ricardo Costa relevou que os últimos meses foram marcados pela pandemia, duas eleições, cinco meses sem Governo e sete sem Orçamento de Estado e pela guerra na Ucrânia de consequências ainda imprevisíveis.
O líder da associação empresarial declarou que o desenvolvimento económico e social da região e do país necessitam de “menos Estado e mais economia”, sendo que uma “melhor intervenção do poder central” passa pela redução da “carga fiscal sobre o trabalho”.
Segundo Ricardo Costa, a tributação excessiva do trabalho “é não só um factor de subdesenvolvimento empresarial e social, como não representa necessariamente uma maior receita para o Estado”. A AEMinho defende “menos impostos sobre o trabalho como factor de estímulo à captação e retenção de talento, pelo facto de proporcionar melhores salários e mais competitividade salarial às empresas na hora de contratar”.
Contra Governo que ataca lucro das empresas
“Em vez de termos um Governo que ataca constantemente as empresas que dão lucro e que ganham dimensão, devemos ter um Governo que promova e dê incentivos às empresas que criam escala e valor”, sugeriu ontem o presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho).
De acordo com Ricardo Costa, Portugal só poderá “crescer economicamente ao nível dos principais países da Europa” se as empresas tiverem condições para criar “valor, emprego e riqueza” e se houver uma mudança de cultura empresarial que “inibe a partilha e a coesão”. Por isso, “uma da principais missões da AEMinho é fazer com que os empresários se juntem, se unam e consigam criar escala que lhes permita competir num mercado cada vez mais global”.
O presidente da AEMinho propôs também “uma administração pública mais leve, mais leve e assente em princípios de produtividade e eficiência na hora de avaliar os seus funcionários” e, no capítulo da educação, defendeu mais aposta na aprendizagem ao longo da vida, sinalizando que “somos um país em que os empresários têm menos qualificações que os trabalhadores” e que, durante anos, “esqueceu a formação de quadros técnicos”.
No momento de balanço do ano inicial da AEMinho, Ricardo Costa apontou a cultura como “factor de desenvolvimento económico e social”, alertando que “só com uma região que aposte na cultura e na estética conseguimos atrair e fixar talento de outras geografias”.
28/05/2022