Jornal de Notícias: "Associação Empresarial do Minho lamenta que acordo social não traga descida de impostos"
A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) manifestou, esta terça-feira, "surpresa e preocupação", pelo facto de ter sido estabelecido um acordo a seis anos entre os parceiros sociais e o Governo, "sem que nele exista uma única medida estrutural".
Depois de ter analisado o Orçamento do Estado para 2023, a associação defende que o foco do acordo "deveria incidir sobre uma descida efetiva, concreta e duradoura dos impostos sobre o trabalho, de forma a permitir uma maior competitividade das empresas ao contratar". E assinala: "Continuamos a assistir a uma disparidade muito grande entre aquilo que as empresas pagam aos trabalhadores e aquilo que eles efetivamente recebem".
O presidente do organismo, Ricardo Costa, diz, também, em comunicado, que" as medidas que incentivam o aumento dos salários, cumpridos os três requisitos impostos pelo governo, retornando em sede de IRC, destinam-se a 24,5% das empresas portuguesas e delas ficam de fora praticamente todas as PME, que representam a maioria do nosso tecido empresarial", diz, em comunicado,
A AEMinho nota, ainda, que, "esta medida pode beneficiar indiretamente apenas cerca de 20% da população ativa em Portugal", o que - salienta - "é insuficiente, pouco esclarecido e definitivamente não estrutural".
A AEMinho, que tem sede em Braga, critica o facto de "a tributação sobre horas extraordinárias continuar a ficar de fora das medidas do orçamento" e diz que "o compromisso de acelerar os pagamentos do Estado a fornecedores, embora pareça per si uma medida entusiasmante, é um sinal económico ou de estratégia económica que não devia ser estrutural na economia, na medida em que o Estado não deve ser um contratante relevante no país, ao ponto de a medida poder ter significado efetivo na tesouraria das empresas".
A concluir, sublinha que, "as questões relacionadas com medidas de incentivo ao desenvolvimento empresarial assentes no financiamento não representam desde logo um esforço do governo e não resolvem problemas estruturais do tecido empresarial e da sua sobrevivência no sistema português.
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11/10/2022