Jornal O Minho: "AEMinho pede "responsabilidade" aos políticos e lembra "fase fundamental do PRR"
A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) pediu hoje aos órgãos do Estado e "diversos atores da cena política" sentido de responsabilidade", de forma a não impactar o funcionamento dos programas de apoio em curso, sobretudo o Plano de Revitalização e Resiliência.
Em comunicado enviado a O MINHO, o presidente da associação, Ricardo Costa, considera "normal" este cenário político em que Portugal se encontra, depois do chumbo do Orçamento do Estado, esta quarta-feira, no Parlamento, mas recorda que é necessário manter o funcionamento da economia dependente do Estado.
"Lembramos que estamos a entrar numa fase fundamental do PRR e restantes programas europeus, e que a vida política portuguesa não pode nunca pôr em causa estes programas tão estruturais para a nossa economia. Não podemos acrescentar às debilidades identificadas no processo de materialização dos mesmos uma irresponsabilidade política que prejudique a sua execução", considera.
O empresário defende que "este é o momento em que os agentes políticos têm a obrigação de demonstrarem a razão de ser da sua existência, ou seja, encontrar formas e soluções que viabilizem o país, que não estanquem o desenvolvimento económico de forma a não porem em causa as empresas e os empregos, bem como todos os serviços, nomeadamente saúde, assistência social, educação e segurança".
"Estamos certos de que os empresários do Minho, assim como os demais empresários portugueses, saberão como sempre souberam estar à altura das suas responsabilidades. Esperamos exatamente o mesmo dos nossos agentes políticos", concluíu.
O Parlamento chumbou o Orçamento do Estado proposto pelo Governo com 108 votos a favor (PS) votos, 117 contra (PSD, Chega, IL, CDS, PCP, PEV e Bloco de Esquerda) e cinco abstenções (PAN, Cristina Rodrigues e Joacine Moreira).
Quase todos os deputados de direita falaram na "morte da geringonça", com Adão Silva, do PSD, a ironizar com um "paz à sua alma". Catarina Martins, do BE, colocou o "último prego no caixão", anunciando o voto contra, dando como encerrada a união de esquerda que iniciou em 2015.
Já António Costa mostrou-se desiludido com os partidos de esquerda, mas valorizou os "quase seis anos" da união, classificando-a como "mais duradoura" que as alianças dos partidos de direita desde o 25 de Abril.
Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos e deverá convocar eleições antecipadas para janeiro de 2022.
Notícia de 27 de Outubro de 2021
27/10/2021