O Minho: "Empresários do Minho dizem que “não é sério” nem “viável” pedir aumentos de salários"
Associação Empresarial do Minho (AEMinho) emitiu hoje um comunicado a repudiar as recentes declarações “irrefletidas” de António Costa a pedir ao setor privado o aumento de salários para combater a inflação. De acordo com a associação liderada por Ricardo Costa, “não é sério pedir aumentos de salários às empresas neste contexto de absoluta asfixia fiscal”.
Para a AEMinho, esse cenário não é “viável” e lança um apelo ao Governo: “Aumentem a tributação dos lucros, mas reduzam a tributação sobre o trabalho”. “A AEMinho está na primeira linha do estímulo ao aumento de salários, mas com a consciência de que esse caminho tem de ser exequível e passa desde logo por um alívio objetivo e real”, refere a associação em nota enviada a O MINHO.
Os empresários lamentam a “falta de consideração e noção da classe política em relação” atividade empresarial. “Na verdade, a classe política em geral abandonou a defesa da iniciativa privada por mero oportunismo e populismo, ao invés de defenderem e preservarem aquele que é o maior motor de criação de riqueza, valor acrescentado e projeção de Portugal no mundo, a saber, as empresas portuguesas”, referem.
A associação diz que está na “primeira linha” no “estímulo ao aumento de salários”, contudo tem consciência de que esse caminho “tem de ser exequível”, através do alívio da carga fiscal sobre o trabalho.
“Ouvir o responsável pela maior carga fiscal de sempre, que em simultâneo é o responsável por péssimas decisões de gestão, como os avanços e recuos na privatização da TAP e os seus gigantes custos, com o país de definhar na saúde, na educação, no sistema social, pedir às empresas aumento de salários, num mercado cuja relação custos de produção/inflação não é sequer proporcional, onde os trabalhadores portugueses passam 5 a 6 meses do ano a trabalhar para pagar contribuições altíssimas e terem como retorno um país em falência social, seria cómico se não fosse dramático”, atira a AEMinho.
E acrescenta: “O sr. primeiro-ministro que é o “CEO” do maior empregador do país, cuja receita não carece de qualquer produtividade, apenas de decisão administrativa de aumentos de impostos, deu aos “seus” funcionários um aumento médio de 3,9%, por sua vez as empresas portuguesas deram aumentos médios de 8%, sendo que as do Minho deram em média 9,75%. Não me parece que tenhamos lições ou recomendações a receber do Dr. António Costa nesta matéria. Lembramos também que o caminho da demagogia não vai resolver os problemas do país que irão sempre atingir as empresas em primeira linha (empresários e trabalhadores) e que este é o tempo de responsabilidade e bom senso na formulação de políticas, mas também na formulação de declarações públicas”.
A concluir, a associação empresarial mostrou disponível para seguir o “caminho do esforço partilhado entre empresas e Estado, com compromissos de parte a parte que garantam uma evolução sustentada e efetiva neste tema, sem populismos, sem oportunismos políticos”.
Nós não somos agentes políticos, somos uma associação de empresários e de trabalhadores que são o ecossistema das empresas e, portanto, não somos movidos por calendários eleitorais ou índices de popularidade. Contem sempre connosco para abordagens sérias e compromissos exequíveis, não contem connosco para números de marketing político. O tema é demasiado sério e relevante na vida dos portugueses para ser encarado desta forma ligeira”, remata a AEMinho.
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03/04/2023