O Minho: "Empresários pedem fusão de todas as comunidades intermunicipais do Minho"
AEMinho acredita que solução pode diminuir centralismo na atribuição de fundos
A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) defende a fusão das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Alto Minho, Cávado e Ave, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a associação liderada por Ricardo Costa defende que as CIM “teriam mais força se fossem uma só” e que as principais cidades funcionariam como “alavancas de desenvolvimento” das localidades mais pequenas.
A AEMinho frisa que “as assimetrias que estamos habituados a ver na distribuição de investimento, tradicionalmente direcionados para Porto e Lisboa, iriam diminuir pela dimensão que uma organização desta envergadura pode vir a ter”.
“Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães, ou seja, o quadrilátero tem a vicissitude de unir duas CIM que, na nossa opinião, teriam mais força se fossem uma só, unida também à do Alto Minho, ou seja, o Minho unido sob o chapéu de uma CIM teria uma força e uma capacidade de construir uma visão estratégica comum para a região, que dificilmente será possível de outra forma”, refere a AEMinho.
A associação defende o estabelecimento de planos de mobilidade, infraestruturas empresariais, energéticas, entre outras, ao nível do quadrilátero, seriam estruturais para o desenvolvimento, não apenas destas cidades em si, mas também de toda a região que as envolve.
A junção das CIM iria permitir uma “maior mobilidade de trabalho na região, iria escamotear e facilitar a resolução do problema dos custos de vida e habitação nos grandes centros (nomeadamente Braga), na medida em que seria fácil para um trabalhador de qualquer empresa viver em zonas mais periféricas porque o sistema de mobilidade lhe permitia deslocar-se sem problema para o seu trabalho”.
“Iria com isto promover o desenvolvimento de zonas mais periféricas que habitualmente não são tão procuradas”, refere.
A visão integrada da região permitiria também “otimizar os investimentos públicos e/ou estruturais e alcançar projetos de maior envergadura para a região”.
“As assimetrias que estamos habituados a ver na distribuição de investimento, tradicionalmente direcionados para Porto e Lisboa, iriam diminuir pela dimensão que uma organização desta natureza pudesse ter”, acrescenta.
De acordo com a AEMinho, quanto mais tarde esta fusão for concretizada, “mais atrasará o desenvolvimento da região”.
“A divisão que vemos hoje apenas favorece o centralismo que tem ditado o desperdício de verbas e oportunidades pela assimétrica distribuição de fundos”, nota.
A organização liderada por Ricardo Costa lembra as declarações do Ministro da Economia, António Costa Silva, que referiu a intenção para que haja “desenvolvimentos significativos na modernização e digitalização de muitas empresas do quadrilátero Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, onde está concentrada grande parte da produção industrial”, transformando o Quadrilátero Urbano “numa das locomotivas da economia do país”.
“A AEMinho reafirma que é tempo de pôr em marcha um plano mobilizador que envolve a reconfiguração da indústria para adotar tecnologias digitais e agilizar procedimentos”, afirma.
A associação diz que é “evidente este posicionamento importante das empresas do Minho para o crescimento da nossa economia”.
Os distritos de Braga e Viana representam, segundo dados de 2021, cerca de 130 mil empresas, exportando 10.600 milhões de euros e empregando 475 mil pessoas.
Estes dados representam 29% do volume de negócios, 28% do total de empresas e 38% das exportações da Região Norte. É um contributo de cerca de 15% do PIB.
No entanto, como realça a AEMinho, “se olharmos para as CIM de forma individual, a representatividade perde-se”.
“É, desta forma, percetível que o poder competitivo e negocial é francamente maior – e que pode ser usado em prol do desenvolvimento desta região – se unirmos as forças das três CIM”, conclui.
Esta solução defendida será discutida na reunião do Conselho Geral da AEMinho, prevista para 21 de março.
O Ministro da Economia, António Costa Silva, e os presidentes de câmaras municipais do Quadrilátero (Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães), vão marcar presença para abordar o “modelo que melhor possa servir a região com uma visão integrada, de modo que os investimentos públicos e/ou estruturais possam ser otimizados e trazer projetos de maior envergadura para a região”.
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22/02/2023